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A pobreza fala de todos nós

  • PASCOM
  • 16 de nov.
  • 2 min de leitura

Basta olharmos para os lados para ver que ela está em toda parte. Ainda que moremos em residências de luxo o contato diário com a mídia fala-nos de uma realidade que não pode ser ignorada: coletivamente, não estamos vivendo da forma mais justa.


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Essa reflexão pode ser aprofundada hoje, no Dia Mundial dos Pobres, estabelecido a partir do olhar sensível do saudoso Papa Francisco, que exaustivamente falou da comunidade humana como um organismo vivo e integrado, cujas ações refletem em todos, ainda que alguns estejam "protegidos" da miséria e da dor em suas residências de luxo, cercados por seguranças ou até mesmo acompanhado destes últimos em suas rotinas.

Importante lembrarmos que, antes mesmo da sua condição social, a pessoa pobre em nada se diferencia de nós, a não ser pelas condições momentâneas em que se encontra na vida terrena. Sente, sonha e padece como cada um e cada uma que busca viver com um mínimo de dignidade social, mesmo muitas vezes sendo espiritualmente mais ricas do que aquele e aquela que têm muito dinheiro. No caso da pessoa em situação de pobreza, ela ainda pode ter a esperança roubada, na medida em que não exercemos a caridade pedida por Jesus.

Como nos alerta o Papa Leão XIV, quem carece de caridade não apenas carece de fé e esperança, mas também rouba a esperança do próximo. Nesse sentido, o convite bíblico à esperança vem acompanhado do dever de agir com coerência e coragem diante das injustiças e das causas estruturais da pobreza. Ele recorda as palavras do Catecismo da Igreja Católica (n. 1889), que define a caridade como “o maior mandamento social”, e lembra que ajudar os pobres é antes de tudo uma questão de justiça, como ensinava Santo Agostinho.

Essa justiça não passa simplesmente por dar esmola a quem está em condições menos favorecidas, mas por mostrar atenção, afeto, respeito pelo contexto desse próximo sem, por isso, vê-lo como uma pessoa menor.

Passa por nos transformarmos na presença de Jesus para que sejamos despertos do nosso egoísmo e do materialismo exacerbado que cada vez mais somos convidados a apoiar.

Passa ainda por assumirmos a nossa responsabilidade enquanto cidadãos que têm direitos e deveres para cumprir e que podem fazer a diferença, não só na vida de quem está perto de nós, sofrendo da invisibilidade que muitas vezes impomos, mas na de todos aqueles que dependem dessa casa comum para prosperar e ter direito à vida que Deus planejou: com amor, justiça e paz.


Silvana Lima (Pascom)

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