Confira trajetória percorrida pelos crismandos da Paróquia
- PASCOM
- 29 de mai. de 2023
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"A crisma é o sacramento de adultos, de gente grande, de pessoas responsáveis, que querem celebrar sua fé pessoal em Cristo, participando da vida da comunidade e realizar serviços na comunidade em favor dos nossos irmãos, em vista da construção do Reino de Deus."

Com essas palavras, o catequista José Carlos Silva abriu a celebração da crisma no último dia 27 de maio. Para participar desse momento, porém, os 27 crismandos percorreram um caminho de fé, sobre o qual refletiram em um retiro preparado especialmente para eles, na Igreja Santo Antônio da Barra, 15 dias antes da grande celebração (13 de maio).
No retiro, eles puderam acompanhar valos relatos, a começar pelo trazido por padre Adão Mazur, ao falar sobre os encontros que muitos tiveram com Jesus, como Filipe, André, Pedro, Zaquel, a Samaritana e Nicodemos. O destaque, porém, ficou para o encontro do Mestre com os Discípulos de Emaús (Lc 24, 13-41) que, mesmo estando em um ambiente iluminado, não reconheceram Jesus, por conta da escuridão que carregavam em seu interior. Depois que O reconhecem, porém, a escuridão se dissipou e eles puderam retornar para a Jerusalém iluminando-a com a Luz de Cristo que carregam no seu interior.
A passagem mostra como o encontro com Jesus pode converter as pessoas que se abrem para recebê-lO, o que não aconteceu com o jovem rico e nem com Judas Iscariotes, que traiu Jesus em troca de algumas moedas de prata.
A conversão termina sendo, então, a porta de entrada para missão confiada por Deus, como atestou o Diácono diácono Djalma Almeida, ao relacionar as características que todo missionário deve ter, em especial os redentoristas, sejam estes leigos ou não:
Padre Adão, Diácono Djalma e Irmã Violeta convidaram à reflexão
“Tem que ser homem de misericórdia, como Jesus. Redentorista é o homem da inclusão; tem que ser homem de oração para suportar os desafios. ‘Que a oração seja a mais preciosa ocupação’, disse Santo Afonso, e tem que ser um seguidor nato de Afonso”, afirmou ele, deixando uma mensagem especial para os crismandos: “Que vocês abracem a crisma com verdadeiro compromisso, porque a Igreja é pai e mãe. Como é bom ser católico e apostólico, com sede em Roma!”, festejou.
Após a fala do diácono, Irmã Violeta Schindler iniciou sua fala cantando “tudo por causa de um grande amor”, seguida da oração da Ave Maria e da reflexão sobre as vocações, a partir dos exemplos deixados pelo seu diretor espiritual, o padre Pedro Maione.
“Vocação é chamado. Meu diretor pensava em fazer medicina para continuar as glórias da família e, mesmo com o pai querendo que ele fosse um militar, ao receber o chamado de Deus, negociou com seu pai a obtenção de um diploma em Direito, e entregou-se totalmente à vida religiosa, deixando tudo para trás”, explicou ela.
A Irmã contou que quando o conheceu, também começou a nutrir grandes desejos espirituais e deixou essa experiência como um conselho aos aspirantes da crisma: “sejam almas de grandes desejos. A vida espiritual é um grande caminho e quem tiver um grande desejo, trilhará esse caminho.Vocês têm que confirmar, com a vida de vocês, esse compromisso de evangelizar. Sejam almas de grande desejo”, repetiu ela, contando um pouco da sua experiência no acolhimento a crianças, homens e mulheres que precisam de comida, cuidados ou de um teto.

Diante de relatos comoventes, a emoção tomou conta de muitas pessoas, que entenderam a dádiva do serviço e do bem que se pode realizar a favor do próximo.
“Não tenham medo de enfrentar momentos difíceis e desafiadores porque lá pode estar o seu encontro com Deus. Vocês vão dar um passo agora e temos que desejar o que os santos e santas desejaram. Eles eram cheios de pecados, caiam e levantavam, mas todos nutriram grandes desejos. Ter uma vida espiritual séria é testemunhar aquilo em que se acredita”, disse ela.
A Irmã se despediu convidando a todos a conhecerem a Casa do Encontro e Oração, localizada no bairro do Bonfim, onde procura colocar em prática, todos os dias, a sua crença. “O paraíso é lugar dos pecadores que confiam no amor de Jesus.
Cada um de nós tem a responsabilidade de fazer o outro ser melhor. Jesus não julga. Acolhe e ama”, ressaltou ela.

Após o almoço, padre Adão Mazur conduziu um breve momento de deserto espiritual, deixando como referência perguntas sobre o relacionamento com Deus, com o próximo e com a Igreja. Eu tenho consciência com quem estou dialogando, exigindo de Deus as coisas? Como tratamos o outro? Ele manifesta o rosto de Deus para nós. Será que eu não trato os outros como pessoas inferiores? Jesus era livre porque sabia escolher e sabia evitar o mal e escolher o bem. Será que não sou escravo de algum valor do mundo? Será que sou autêntico, transparente e honesto? Jesus nunca se deixou corromper. Nunca tirou vantagem. Sempre tratava o outro como a pessoa mais importante, que deve ser acolhida. Eu procuro a justiça a todo momento? Faço parte da Igreja de Jesus ou fico com os braços cruzados deixando que façam tudo por mim?
Crismandos se aproximam de Jesus na Adoração e na Santa Missa
Esses questionamentos foram feitos em preparação para a confissão, que aconteceu simultaneamente a outro grande momento: o de Adoração, conduzido pelo catequista José Carlos Silva. "Só por meio da experiência com Jesus podemos chegar a Deus”, disse ele, enquanto os crismandos se revezavam diante de Jesus Sacramentado e os quatro sacerdotes que atenderam as confissões em salas separadas.
Para padre Adão, “o encontro com Jesus deve nos levar a uma profunda experiência com Ele, que deve se expressar na mudança de nossos hábitos e comportamentos [...] A confissão só tem sentido se acompanhada com uma mudança de vida”.
Para a então crismanda Mariana Pereira, o momento foi especial. "Saí da confissão nas nuvens, me sentindo leve. Tenho o hábito de confessar e quando se tem noção do que se está fazendo, confessar traz uma leveza de espírito muito grande. Me deu a consciência que estou digna de receber Cristo”, disse ela.

Mariana também destacou o quanto ficou tocada com o relato de Irmã Violeta, quando esta falou da emoção de pessoas ao receberem o Corpo de Cristo, após 47 dias sem comungar por não haver padre na cidade onde viviam, na Albânia. “Eu me sentiria do mesmo modo que eles ficaram ao receber Cristo; extremamente comovida. Comungar é minha vida. O retiro foi um sonho realizado, pois nunca tinha participado de um. É uma sensação de paz estar com Deus. Valeu muito à pena”, disse ela, revelando que foi estimulada a participar da Pastoral da Catequese pelos próprios filhos.
Após as confissões, foi realizado um breve lanche, seguido da celebração da Santa Missa, onde padre Adão fez questão de agradecer. "Gratidão diante de Deus pelo convite que nos faz e a missão que nos confia. Os sacramentos são oportunidade de encontrar com Deus e quando é um sacramento que só se recebe uma vez na vida é motivo de muita gratidão", disse ele, estendendo também os agradecimentos à Virgem Santíssima, especialmente pela data: 13 de maio, dia de Nossa Senhora de Fátima.
Na homilia, o padre meditou ainda sobre as viagens missionárias de Paulo e Barnabé, mostrando que nada é perdido na nossa vida, e até mesmo nossas fraquezas devem ser aproveitadas para o crescimento espiritual. “O mundo se governa com valores diferentes dos de Deus e o sacramento da Crisma é uma decisão importante [...], uma resposta que estamos dando para Deus. Não somos nós que merecemos ser crismados, mas vamos ser crismados respondendo ao apelo e convite de Jesus. Ele nos envia a sermos testemunhas no meio de tantos obstáculos que o cristão encontra no mundo de hoje”, esclareceu ele.
Após a homilia, os catequistas acenderam as velas dos crismandos, que responderam às perguntas de renovação do compromisso bastimal, sendo aspergidos com água logo depois.

Para Leane Queiroz e Felipe Queiroz, mãe e filho, a experiência foi única, já que fizeram a catequese juntos e participaram do retiro no dia do aniversário dela. “Esse momento foi emocionante, principalmente por ele estar comigo e toda minha família também”, disse ela seguida por Felipe, que também falou da sua emoção. “Eu me senti muito tocado pelo Espírito Santo, por Deus”, ressaltou.
Silvana Lima (PASCOM)
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