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Devemos pagar o dízimo?

  • PASCOM
  • 31 de jul.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 31 de jul.

O mês de julho está chegando ao fim, mas o compromisso de mantermos a Igreja aberta, servindo como ordenou Jesus, continua firme, como pontuou padre Jaciel Bezerra, da Paróquia Divino Espírito Santo, do Vale dos Lagos, em um dos eventos que marcaram o encerramento desse tempo especial.



O dia de formação e espiritualidade foi conduzido pelo padre, que falou para agentes da Pastoral do Dízimo da Forania 2B, no último sábado (26), sobre o tema "Dízimo: certeza de que "a esperança não decepciona" (Rm 5,5).


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A tarde foi especial

Com muita propriedade, padre Jaciel refletiu sobre as dimensões do dízimo, iniciando sua apresentação com uma saudável provocação: "devemos pagar o dízimo?", perguntou ele.

Tal pergunta serviu para mostrar que, de acordo com o documento 106 da CNBB, o dízimo não diz respeito a um pagamento ou até mesmo a uma devolução, como a maioria de nós costuma pensar. Trata-se, antes de mais nada, de uma contribuição motivada pela fé, que vai muito além do emprego na simples manutenção dos templos, como pontuou o sacerdote.

"Todo fiel, todo cristão que vive, de fato, pela fé, ele vai compreender isso: que a minha experiência com Deus e com a minha comunidade me levam à consciência de que eu devo contribuir com meu dízimo ", afirmou.
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Padre Jaciel mostrou que o dízimo está fundamentado na tradição e na Palavra


Amparado por diferentes passagens bíblicas, o padre mostrou que o dízimo não é destinado a ninguém em particular, ao contrário: foi e sempre será empregado nas necessidades da coletividade para a sua caminhada sinodal.

Esse pensamento se apoia na tradição, especialmente no gesto dos primeiros cristãos, que iniciaram o movimento de partilha responsável por fazer a Igreja Católica ser o que é hoje: uma casa comum, que acolhe bilhões de pessoas em todo o mundo.


Os agentes do dízimo viveram uma grande experiência de fé

Assim como acontece com nossos lares, a Igreja também precisa de cuidados e investimentos materiais para se manter atuante, mesmo passando pelas dificuldades e desafios que alcançam a todos nós. Assim sendo, é importante lembrarmos que, se com o nosso teto garantimos um abrigo seguro para nós e nossos entes queridos, com a Casa do Senhor garantimos acesso ao alimento espiritual do qual tanto necessitamos para viver.


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Juntos, oraram, refletiram e louvaram ao Senhor


Logo, contribuir com a permanência desse espaço é cuidar daquilo que é nosso pelo amor e pela graça de Deus, e quando dizemos "Senhor, recebe o meu dízimo", também estamos ofertando amor ao Pai e à Paróquia, como ressaltou padre Jaciel.

Essa oferta, inclusive, precisa ser respeitada por todos, já que se trata de uma doação de fé, independentemente do valor monetário que represente.

"Isso é muito sério. Todo valor é sagrado porque pertence a Deus. Não é nosso", afirmou o sacerdote.

O evento reuniu agentes da Pastoral do Dízimo das comunidades paroquiais do Perpétuo Socorro, em Itinga; Cristo Redentor; São José de Amaralina; São José Operário, em Pernambués; Santa Cruz; ⁠São Brás; ⁠Santo André; São Francisco de Assis, em Saramandaia, e São João Batista. Junto aos representantes da Paróquia de Ondina, dentre os quais se encontravam Odete Assumpção e Jussara Santos, da Comunidade Nossa Senhora dos Navegantes, e Ana Lúcia da Silva, da Comunidade do Sagrado Coração de Jesus, eles aprofundaram a compreensão do dízimo por meio de uma ampla abordagem dessa prática sagrada.


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Da esquerda para a direita: Odete, Ana Lúcia e Jussara quiseram aprender mais sobre o dízimo


Para Odete, a tarde permitiu viver ainda mais a dimensão bíblica do dízimo na comunidade. "Me fez interiorizar, compreender para colocar em prática na vida", pontuou ela.

A expectativa de compreender aspectos da dimensão divina também motivou Ana Lúcia a participar da formação. "É importante estar aqui ouvindo, compreendendo, aprendendo mais sobre o significado do dízimo", esclareceu.

Jussara vê cada evento como um agregador de conhecimentos.

"Cada curso que a gente toma é uma experiência nova, a gente conhece as coisas... Não fica só para a gente, né? Sempre é bom a gente se informar mais porque, quanto mais a gente aprende, mais passa para o próximo", justificou.


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Henrique e Cida falaram da alegria que sentiram com a participação de diferentes paróquias

Todos foram acolhidos por Henrique Paura e Maria Aparecida (Cida) Paura, casal coordenador da Pastoral do Dízimo na Paróquia de Ondina.


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A confraternização foi realizada no salão de festas da Igreja Matriz

Após o momento de espiritualidade, que também foi marcado por instantes de oração, louvor e partilhas, os agentes realizaram uma pequena confraternização no salão de festas da igreja, onde Eunice Ferreira, da Paróquia Santa Cruz, no Engenho Velho da Federação, elogiou o evento.


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Eunice saiu do evento com uma nova visão

"Foi muito gratificante ter participado porque tem coisas que nós mesmos, que somos agentes, às vezes não sabemos passar para as pessoas. Então, deu pra pegar uma boa bagagem pra que a gente possa passar adiante", disse ela, se referindo às dúvidas e questionamentos que ouve com frequência dos dizimistas e das pessoas que são convidadas a sê-lo. Ela ressaltou, ainda, o que mais tocou o seu coração:

"Realmente tenho que reconhecer aquilo que Deus faz por mim, aquilo que ele me dá no dia a dia, no meu trabalho. Então, foi o momento de eu repensar que eu estou precisando agir de outra forma... Primeiro eu tenho que ver minha comunidade, que é a igreja onde eu pertenço, pra depois eu fazer alguma coisa fora. Então, pra mim, é ter mais consciência das coisas", definiu.

Padre Casimiro Malolepszy, missionário redentorista e pároco da Paróquia da Ressurreição do Senhor, agradeceu pelo empenho de todos, reconhecendo o importante serviço prestado à Igreja.

"São vocês que fazem o dízimo acontecer", frisou ele.
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Dom Marco dividiu reflexões importantes na presença de padre Casimiro

O pároco concelebrou a Missa de Encerramento realizada no dia seguinte (27), às 19h, também na Igreja Matriz. A celebração foi presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador, Dom Marco Eugênio, que falou sobre a nossa participação no dízimo, a partir de exemplos extraídos do contexto litúrgico.


A Santa Missa é mantida com o gesto de amor dos dizimistas

"Daqui a pouco, nós vamos trazer o pão e o vinho para o altar. E na hora que trouxerem o pão e o vinho, a gente faz uma oração que é base para toda a experiência do dízimo e da nossa participação. 'Bendito seja o Senhor Deus do universo, pelo pão, pelo vinho que recebemos da vossa bondade'", disse ele.

Com isso, o bispo quis salientar que a obra de Deus, que é a criação, requer agora que nós realizemos o trabalho para fazer com que esta obra progrida, cresça e favoreça, como também salientou.

"Mas eu não posso esquecer que eu não sou o dono, eu sou um funcionário trabalhando na obra de Deus, e assim como a gente, ao trabalhar em uma determinada empresa, recebe o salário, porque a parte do lucro é do dono, eu não posso esquecer que parte do meu trabalho tem que representar aquilo que não é meu, mas que é de Deus", explicou.

Dom Marco salientou, assim, a nossa dependência daquEle que é soberano e espera de nós esse gesto de generosidade e reconhecimento.

"O nosso dízimo não é outra coisa do que a gente reconhecer que tudo vem dEle, tudo é pra Ele e tudo é entregue a Ele, devolvendo a Ele aquilo que dEle nós já recebemos. Que a obra de Deus conte com a nossa participação e nós possamos um dia, com Ele, colher os frutos desta obra na glória do céu", concluiu.

Silvana Lima (Pascom), com a colaboração de Vitória Sampaio (Pastoral do Acolhimento) e Péthala Pequeno (Pascom)

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