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Dom Marco fala de misericórdia e esperança na primeira palestra sobre a Bíblia

  • PASCOM
  • há 19 horas
  • 4 min de leitura

No último dia 4 de setembro, a Igreja Matriz foi lugar de encontro marcado pela oração, estudo e valorização do amor de Deus, tudo isso por meio da Sua Palavra.

O Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador, Dom Marco Eugênio, presidiu a Santa Missa das 18h e, logo em seguida, abriu o ciclo de palestras sobre a Bíblia, trazendo reflexões profundas sobre a Carta aos Romanos — livro escolhido pela Igreja em 2025 como instrumento de estudo e salvação.



Entre os fiéis presentes estava Raimundo Neto, catequista da Paróquia Santa Rita de Cássia, em Matatu de Brotas. Ele programou a ida para a formação, mas decidiu chegar mais cedo. Para sua surpresa, acabou sendo contemplado com uma Bíblia sorteada no final da celebração.


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"Como a paróquia fica no caminho do meu trabalho, eu sempre passo por aqui, mas nunca tive a chance de entrar. Aí eu falei: 'vou chegar mais cedo'. Participei da Adoração e também da Missa. Fui sorteado.

Fiquei muito feliz porque a Palavra de Deus é muito importante. Já vou utilizar esse mês para ler a Carta dos Romanos", afirmou com entusiasmo.
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Após a Santa Eucaristia, Dom Marco iniciou sua palestra recordando São Jerônimo, cuja memória motivou a escolha de setembro como mês dedicado à Palavra de Deus.

Em tom catequético, relacionou as condições para a Bíblia ser considerada Palavra de Deus.

"Quando a Bíblia é lida e proclamada na Igreja nós voltamos a caminhar com Deus no paraíso e a Palavra se faz perfeita", destacou, evocando as palavras de São Carlos Borromeu. E completou: "Para ser Palavra eu tenho que ter a escritura, com a tradição e com a Igreja."

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Utilizando de metáforas, o bispo aprofundou questões de cunho histórico, mostrando como aconteceu a escolha dos livros sagrados que compõem a Bíblia e as características que diferenciam a Carta aos Romanos das demais cartas escritas por Paulo.


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Apesar dos diferentes contextos observados ao longo do tempo, Dom Marco chamou a atenção para a condição divina e atemporal das Sagradas Escrituras.

"Ela (a Bíblia) é inspirada, o autor da Bíblia é o Espírito Santo. Esta palavra é, antes, para refutar, corrigir, que é educar na justiça e formar o homem na santidade", afirmou. "É à luz dela que eu cresço e que me aproximo da obra de Deus", garantiu.

Aprofundando o estudo da Carta aos Romanos, propriamente dita, Dom Marco abordou a misericórdia de Deus diante dos nossos pecados, retratados por Paulo como a experiência da fragilidade humana da qual ninguém escapa.

"É por isso que a gente é chamado a celebrar o sacramento da reconciliação, é por isso que a gente é chamado a mergulhar em Jesus Cristo. No sacramento da reconciliação, a gente deve verbalizar, pela minha miséria, a misericórdia e a graça. Eu venho cantar que eu sou uma miséria, mas a graça de Deus é maior que tudo", justificou.
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Em seguida, reforçou uma das grandes verdades inspiradas nos escritos paulinos: "O inferno não existe para os pecadores. O inferno existe para aqueles que não se arrependem."

A assembleia teve a oportunidade de dialogar com o bispo, que respondeu dúvidas sobre temas dogmáticos, como o purgatório. Ele salientou que este deve ser visto como lugar de purificação no amor, caminho necessário para o encontro definitivo com Cristo.

"O purgatório já é o céu, o purgatório já é a certeza da salvação, já contempla Deus. E a purificação e a libertação no amor é motivo de grande alegria. Entre a morte e o julgamento todos nós mergulhamos no mar da misericórdia que é o purgatório, a purgação, e este mar tem nome: Jesus Cristo", explicou.
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O bispo lembrou ainda que a teologia de São Paulo é fundamentada em dois pilares: a essência cristã e o modo de vida adotado a partir desse fato.

"A lei do pecado e da morte foi destruída e eu agora sou chamado a viver o espírito novo, em Jesus Cristo", como ressalta Paulo.

Para viver a vida nova é preciso, então, assumir um comportamento renovado e coerente com a fé em Jesus.

"Se o meu ser, agora, é Crístico, é Nosso Senhor em mim pela ação do Espírito, como é que tem que ser minha vida? Esse vai ser o trabalho: eu fazer morrer em mim tudo aquilo que é próprio da miséria humana", justificou Dom Marco.
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Para finalizar, o bispo ressaltou a importância da Eucaristia como alimento espiritual para a caminhada:

"Ele não olhou a nossa dignidade, mas a nossa necessidade", disse Dom Marco sobre a afirmação do próprio Jesus, de que sem Ele nada poderemos fazer.

Com simplicidade e algumas pinceladas de humor, também partilhou curiosidades da vida da Igreja em diferentes partes do mundo, relacionando-as com os desafios atuais e as particularidades de cada contexto.

Encerrando sua fala, Dom Marco fez um convite à fidelidade à Palavra e à missão cristã, lembrando que o chamado vem sempre de Deus.

"Basta você ser fiel, é Deus que chama", afirmou.

Silvana Lima (Pascom), com a colaboração de Péthala Pequeno



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