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Fortalecidos, ides!

  • PASCOM
  • 9 de out. de 2023
  • 6 min de leitura

A palavra "oração" é formada pela junção de duas outras: orar e ação. Talvez por isso, o tema escolhido para o Encontro Missionário realizado na Igreja Matriz, nesse domingo (8), tenha sido “A vida cristã não se limita à hora de rezar, mas requer um compromisso missionário que brota da oração”.


O Encontro foi realizado na sala "Sagrada Família", na Igreja Matriz


Com o objetivo de pensar na Igreja em saída, como nos pede o Papa Francisco, o pároco, padre Casimiro Malolepszy (CSsR), e o padre Adão Mazur receberam o padre padre Manuel Novaes, da Paróquia Nossa Senhora das Candeias, em Pituaçu, e Missionários Leigos Redentoristas (MLR) para refletirem sobre a missão como compromisso de toda pessoa batizada. O evento foi iniciado com apresentações individuais e música, promovendo um agradável acolhimento.



Com o auxílio de slides, padre Manuel enfatizou que, apesar de outubro ser um mês propício para falarmos sobre missão, esse não deve ser o único período no qual a reflexão deve ser realizada, já que a mesma faz parte da vida. “Carregamos missão no nome. Missão faz parte de todo cristão”, disse ele.

O palestrante lembrou do Dia Mundial das Missões, celebrado no terceiro domingo de outubro, quando é realizada uma coleta para este fim, cujo saldo é destinado aos projetos missionários em todo o mundo.

O padre apresentou o material da Campanha


Para o mês missionário de 2023, a Igreja escolheu como tema: “Ide, da Igreja local aos confins do mundo” e como lema: “corações ardentes, pés a caminho”, inspirado nos Discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35) e amparado no 3º ano vocacional, que se encerra no próximo dia 26 de novembro, o qual apresenta a vocação como graça e missão.

E se a missão é fruto da vocação, nada mais desejado pela Igreja do que colocarmos nossos dons e talentos à serviço da missão evangelizadora, que não pode se limitar ao interior dos seus templos.

“Não somos cristãos para ficarmos de portas fechadas. Temos a necessidade de sairmos das igrejas para evangelizarmos. Não podemos nos fechar nas nossas estruturas. Papa Francisco pede uma Igreja em saída e não basta apenas abrirmos as portas para acolhermos as pessoas. Precisamos ir ao encontro delas também”, pontuou o palestrante.

Nesse sentido, os missionários ponderaram sobre os desafios da missão, como evangelizar em grandes centros urbanos e locais mais longínquos, a exemplo da Amazônia, lugar escolhido para o 5º Congresso Missionário Nacional, de 10 a 15 de novembro deste ano, como gesto concreto da ação missionária no país.



Os ícones da Campanha Missionária de 2023 foram detalhados por padre Manuel, que mostrou a simbologia da união e valorização da cultura de cada lugar como estradas por onde os corações ardentes devem se colocar a caminho.

Ele mostrou, ainda, como o Papa Francisco fez uso de cada símbolo na carta escrita para o Dia Mundial das Missões, a partir de imagens extraídas da passagem de Emaús.

“As cartas do Papa Francisco servem para rezarmos, de tão profundas que são”, ressaltou padre Manuel, destacando o encontro dos discípulos com Jesus. "Eles estavam completamente sem esperança diante da morte de Cristo, mas depois recuperaram o ânimo ao reconhecê-lO. Por isso mesmo o coração ardente vai ser destacado pelo Papa como aquele que vai impulsionar a missão", sinalizou.

“O Papa Francisco pede que não deixemos roubarem a nossa esperança [...] O Senhor é próximo da gente e, a partir da caminhada com Ele, há a superação do desânimo [...] Precisamos resgatar dentro de nós a força que diz: 'o Senhor está comigo. Mesmo a morte não é o fim'”, disse padre Manuel, ressaltando o questionamento do próprio Francisco: "Um coração frio seria capaz de acender o coração do outro?"

Pensando nisso, padre Manuel deixou como sugestão a escolha de um trecho bíblico para fazermos dele o nosso lema de vida.

Já os “olhos abertos”, segunda imagem utilizada simbolicamente pelo Papa, remonta ao fato de atuarmos onde estivermos, nos alimentando diariamente da Palavra de Deus, como lembrou Jesus aos Discípulos de Emaús.

“Como missionário eu tenho que levar o próprio Cristo, que é Ressurreição, que é esperança. Um missionário precisa ser um alimentador da Palavra. Precisamos ter intimidade com a Palavra. A Palavra é o próprio Jesus”, salientou padre Manuel, resgatando o momento no qual os olhos dos discípulos se abriram, ao partir do pão.

“A Eucaristia é a fonte e o ápice da missão da Igreja", recordou ele, considerando que o desaparecimento de Jesus diante dos olhos dos discípulos de Emaús se deu na medida em que Ele já não mais podia ser visto fora, mas, sim, dentro de cada um. “Não vejo Cristo porque Ele entrou em mim, mas Ele não pode ficar preso. Quando termina a missa, começa a missão e a Eucaristia me fortalece para o Ide…”, justificou o padre.

Ele também falou da importância da Missa Dominical como aquela que pode ser comparada à “refeição principal” da nossa alimentação diária, sem a qual ficamos desnutridos e fracos, espiritualmente falando.



Ainda em relação aos olhos abertos, padre Manuel reforçou a necessidade de fazermos uma experiência mística com Jesus, que nada mais é do que experimentarmos o mistério e a vivência do sagrado em nossas vidas. “Que sejamos essas pessoas e transmitamos isso. E como permanecermos místicos? Tomando posse do mistério pela oração”, revelou.

Para a terceira e última imagem descrita pelo Papa em sua carta de fé e esperança, os pés a caminho indicam que, com Jesus Cristo, a alegria renasce sem cessar na missão de evangelizar.

“Tudo isso é o amor de Cristo que nos conquista e por isso quero responder a esse amor. Eu só amo porque Deus me amou primeiro. É esse amor que torna sempre jovem a Igreja em saída. Todos podem contribuir porque experimentamos esse amor de Deus”, afirmou padre Manuel, convidando a todos a pensarem em como podem assumir o compromisso missionário daqui por diante: se abraçando uma missão a mais ou renovando o ardor da qual participam.

O Sínodo, que está sendo realizado em Roma, também foi lembrado como momento de profunda reflexão sobre a ação missionária do cristão dentro e fora das igrejas.

Padre Manuel apresentou, ainda, a estrutura organizacional que coordena a Campanha Missionária no Brasil, com destaque para as Pontifícias Obras Missionárias (POM) que impulsionam a missão no nosso país, apoiadas pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outros organismos, como o Conselho Missionário Nacional (COMINA).

Para finalizar sua exposição, o padre explicou como as ofertas chegam às missões, percorrendo o caminho das paróquias às dioceses e destas para as POM, que retém 20% do valor arrecadado para animação vocacional e repassa 80% para a sua Direção e Secretariado Internacional, em Roma, responsável por destinar os recursos para projetos missionários nos cinco continentes. Quem os recebe, porém, precisa prestar contas do uso do dinheiro, justificando com documentos e testemunhos de gratidão.


A palestra do padre Manuel foi encerrada com a Oração do Mês Missionário


Os presentes, que acompanharam padre Manuel na oração de encerramento, destacaram a importância de saber e poder partilhar os conhecimentos adquiridos, o que motivou a ouvir experiências missionárias realizadas em outras paróquias da cidade.

Para tanto, foram convidadas as missionárias leigas, Maria Celeste Souza Mauadie e Zélia Paim, que mostraram um pouco de suas realidades.


Maria Celeste (à esquerda) e Zélia falaram das suas realidades como missionárias


Após participar de curso promovido pela Arquidiocese, Maria Celeste, da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré. atua como missionária há 15 anos, tanto na sua paróquia como em missões populares, como a que foi promovida em Ibicaraí, em junho deste ano. “Foi um despertar. Ser missionário é bom. A gente precisa de pés a caminho, coração ardente e olhos abertos. Nem todo mundo conhece Jesus”, justificou ela, ressaltando o desafio de evangelizar nos grandes centros urbanos. “Temos que usar a criatividade, como fez uma paróquia da região, que promoveu a Semana Missionária e obteve bons resultados”, contou.


A dinâmica proposta por Zélia mostrou a força da união


Para Zélia Paim, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Stella Mares, formar um Conselho Missionário ajudou muito, já que, por meio dele, muitas ações foram implantadas em condomínios do bairro, que foi dividido em territórios, cada um com uma missão específica e um padroeiro escolhido pelos próprios moradores.

“No início o desafio foi muito grande, mas, fortalecidos pelo Espírito Santo, conseguimos entrar nos condomínios e vencermos as resistências encontradas”, revelou Zélia, contando que, hoje, são os condôminos que reclamam o direito de promover a missão dentro desses espaços.

Para fortalecer e expandir ainda mais o movimento, Zélia enfatiza que a Paróquia de Stella Maris faz parcerias com paróquias como a de Ondina e para falar da força da união, ela realizou uma dinâmica mostrando como os missionários podem receber e dar apoio uns aos outros.

Padre Casimiro, que agradeceu a presença e partilha de todos, reforçou a importância dessa comunhão, avaliando que o evento precisa inspirar um olhar sobre a Paróquia, antes de mais nada, como missionária.

“Isso deveria aparecer amplamente em todos os lugares por onde transitamos para criarmos e desenvolvermos essa cultura missionária”, frisou ele, convidando os entusiastas e voluntários para pensarem em estratégias de missão em cada comunidade. “Quando somos desafiados, percebe-se que dá para crescermos”, afirmou, deixando uma mensagem em vídeo para os paroquianos.


Padre Casimiro faz um convite especial: "vamos pra frente?"


Para Giovana Oliveira, uma das coordenadoras do Encontro Missionário, o evento foi uma forma de fazer com que as pessoas saírem com o coração ardente ao encontro do outro.



A tarde foi encerrada com a Missa de Envio presidida por padre Manuel e concelebrada por padre Adão Mazur.


Silvana Lima (PASCOM)


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