«Nunca afastes de algum pobre o teu olhar» (Tb 4, 7)
- PASCOM
- 19 de nov. de 2023
- 3 min de leitura
Esse é o pedido feito pelo Papa Francisco na mensagem escrita para o 33° domingo do Tempo Comum, quando a Igreja celebra a VII Jornada Mundial dos Pobres.
Criado pelo Pontífice em 2017, o Dia Mundial dos Pobres chama os cristãos para a reflexão sobre um tema que diz respeito a todos nós: a dignidade humana.

O tema escolhido para 2023 é inspirado em Tobias, personagem bíblica que teve um profundo entendimento da postura esperada dos discípulos de Jesus no cuidado com os irmãos.
"O Livro de Tobias ensina-nos a ser concretos no nosso agir com e pelos pobres. É uma questão de justiça que nos obriga a todos a procurar-nos e encontrar-nos reciprocamente, favorecendo a harmonia necessária para que uma comunidade se possa identificar como tal. Portanto, interessar-se pelos pobres não se esgota em esmolas apressadas; pede para restabelecer as justas relações interpessoais que foram afetadas pela pobreza. Assim 'não afastar o olhar do pobre' leva a obter os benefícios da misericórdia, da caridade que dá sentido e valor a toda a vida cristã", explica Papa Francisco na mensagem.
Nela, o Santo Padre também pede que tenhamos uma postura solidária com todos aqueles que perderam sua dignidade por conta da pobreza.
"...Quando nos deparamos com um pobre, não podemos virar o olhar para o lado oposto, porque impediríamos a nós próprios de encontrar o rosto do Senhor Jesus."
Para ajudar na prática caridosa, o Papa sugere ações concretas de partilha e acolhimento, deixando claro que o pobre é, antes de mais nada e acima de tudo, uma pessoa como qualquer outra, com sonhos, sentimentos e necessidades.
"Somos chamados a ir ao encontro de todo o pobre e de todo o tipo de pobreza, sacudindo de nós mesmos a indiferença e a naturalidade com que defendemos um bem-estar ilusório."
Nesse sentido, o Pontífice alerta para o perigo de nos deixarmos levar pelas ilusões criadas pelo próprio homem, especialmente no ambiente virtual, distanciando-nos da realidade que nos convida a agir.
"A parábola do bom samaritano (cf. Lc 10, 25-37) não é história do passado; desafia o presente de cada um de nós. Delegar a outros é fácil; oferecer dinheiro para que outros pratiquem a caridade é um gesto generoso; envolver-se pessoalmente é a vocação de todo o cristão."

O Papa chama a atenção para os problemas sociais que contribuem com a desigualdade atual destacando a importância do Poder Público cumprir o seu dever da melhor maneira possível, conscientizando também quem vive em condição de pobreza para que seja "envolvido e apoiado num processo de mudança e responsabilização".
Por fim, o Papa agradece a todos que se dedicam a assistir aos mais necessitados e, de coração, realizam esse serviço, lembrando do cuidado que precisamos ter para, quando ajudarmos um pobre a resgatar a dignidade perdida, não fazermos justamente o contrário, ferindo-a com imposições em nome da caridade.
"Damos graças ao Senhor porque há tantos homens e mulheres que vivem a dedicação aos pobres e excluídos e a partilha com eles; pessoas de todas as idades e condições sociais que praticam a hospitalidade e se empenham junto daqueles que se encontram em situações de marginalização e sofrimento. Não são super-homens, mas 'vizinhos de casa'que encontramos cada dia e que, no silêncio, se fazem pobres com os pobres.
Não se limitam a dar qualquer coisa: escutam, dialogam, procuram compreender a situação e as suas causas, para dar conselhos adequados e indicações justas. Estão atentos tanto à necessidade material como à espiritual, ou seja, à promoção integral da pessoa.

O Reino de Deus torna-se presente e visível neste serviço generoso e gratuito; é realmente como a semente que caiu na boa terra da vida destas pessoas, e dá fruto (cf. Lc 8, 4-15). A gratidão a tantos voluntários deve fazer-se oração para que o seu testemunho possa ser fecundo", disse o Papa.
Na Paróquia da Ressurreição do Senhor, a Pastoral Social recebe doação de alimentos não perecíveis e artigos de higiene que são recolhidos nas Missas Solidárias e distribuídos mensalmente a famílias cadastradas.
Essas ações somam-se a outras, promovidas por diferentes grupos, pastorais e movimentos, visando também atender necessidades específicas como a Ceia de Natal, por meio da Campanha do Panetone.
Informe-s sobre estes e outros projetos na secretaria da Igreja Matriz e colabore com sua participação. O Senhor agradece!
Silvana Lima (PASCOM)
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