“O que nos une é muito mais do que o que nos divide”, ressalta o Papa Leão XIV na Festa de Cristo Rei

Mesmo diante das incertezas que marcam a atualidade, uma coisa nunca muda: Cristo é o Rei do Universo e a nossa fé continua sendo o nosso maior tesouro e herança.

Foi com esse sentimento que, no último domingo (23), o Papa Leão XIV divulgou a Carta Apostólica "In unitate fidei" durante a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo. Às vésperas de sua viagem à Turquia, o Pontífice faz um forte apelo à renovação da fé e à unidade dos cristãos, em um mundo marcado por guerras e divisões.

Logo no início do documento, que coloca em destaque o legado deixado pelo Concílio de 325 (Concilio de Niceia), o Papa recorda que “na unidade da fé, proclamada desde os primórdios da Igreja, os cristãos são chamados a caminhar em concórdia, guardando e transmitindo com amor e alegria o dom recebido”. Ele também retoma as palavras do Credo formulado no grande evento — “Cremos em Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, que desceu do céu para a nossa salvação” — como fundamento permanente da identidade cristã.

Assim, celebrarmos a Festa do Cristo Rei é, antes de tudo, assumir o compromisso de vivermos um tempo novo, que se aproxima, no qual Cristo é a figura central e Senhor das nossas vidas, fazendo dos princípios espirituais ensinados por Ele uma prioridade em todos os lugares por onde transitarmos.

Na Paróquia da Ressurreição do Senhor as celebrações ressaltaram o encerramento e a abertura de um novo tempo de graça, convidando os fiéis a caminharem em unidade e amor, seguindo de perto os passos do Cristo Ressuscitado.

Na Igreja Matriz, padre Casimiro Malolepszy, missionário redentorista e pároco da Paróquia de Ondina, como também é conhecida, explicou a característica própria do calendário litúrgico, que se encerra com a Festa de Cristo Rei. Após o evento, a partir das narrativas do Antigo Testamento, a Igreja começa a se preparar para a chegada do Messias, reverenciada solenemente no Natal. Dessa forma, celebrar a Festa de Cristo Rei é relembrar, por mais um ano, a trajetória de vida de Jesus na Terra, onde veio realizar a vontade de Deus.

Com a participação dos Pequeninos do Senhor, o pároco também ressaltou a natureza dessa vinda como aquela que trazia uma mensagem de cuidado e fé.

"O rei bíblico sempre é um rei protetor. Não é o rei de rei que se aproveita da situação privilegiada. Não é o rei que desfruta do luxo. Não é o rei que na sua prepotência mostra para os outros a sua força. O rei, no sentido bíblico, é sempre um protetor", explicou.

Dessa forma, o povo, que implorava um rei ao Senhor para livrá-lo dos sofrimentos impostos pela conjuntura da época, encontra em Jesus um único caminho para a sua salvação: o da unidade e do amor.

Silvana Lima (Pascom), com a colaboração de Péthala Pequeno (Pascom)