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"Quando a mãe é curada, os filhos são restaurados"

  • PASCOM
  • 24 de jul. de 2024
  • 5 min de leitura

Atualizado: 25 de jul. de 2024

A maternidade é um grande desafio e para bem exercê-lo é necessário que a mãe esteja unida a Deus. Só Ele pode amparar e conduzi-la na missão para a qual foi chamada, por meio de uma íntima relação de confiança e amor.



É o que acredita o Movimento das Mães que Oram Pelos Filhos. No último sábado (20), mães e pais, que já fazem parte ou querem conhecer mais o grupo, se reuniram na Paróquia da Ressurreição do Senhor, em Ondina, para viverem um momento de intensa espiritualidade.

Para auxiliá-los, mães voluntárias se reversaram, durante todo o dia, diante do Santíssimo Sacramento, intercedendo pelo evento.



O 2° Encontro Paroquial das Mães que Oram Pelos Filhos aconteceu no salão de festas da Igreja Matriz, onde os participantes foram acolhidos pela coordenadora do Movimento na Paróquia, Maria José Rabelo, ao som de Meg Marise de Paula Santos, cantora do movimento.

Após receber os participantes, a coordenadora conduziu a oração inicial, seguida do Terço do Perdão, para depois apresentar a estrutura do movimento na primeira palestra do dia.

Zezé, como é carinhosamente chamada, mostrou a metodologia empregada pelo movimento, por meio de ciclos de cinco anos, preparando as mães para a ação missionária que pode ir além das suas próprias famílias.


Na oportunidade, Zezé falou também sobre a padroeira do movimento, Nossa Senhora de Lá Salette, e a copadroeira, Santa Mônica, ressaltando o apelo feito pela primeira quando apareceu a dois adolescentes na França, em 1846:

“Vamos, meus filhos! Transmiti isso a todo o meu povo”!, pediu a Mãe de Jesus.

Esse pedido continua reverberando nos dias de hoje em cada mãe que entra no movimento e começa a percorrer um caminho de fé, tendo como início a reconciliação.

E por estar iniciando um novo ciclo de estudos, o grupo de Ondina escolheu essa primeira etapa como tema central do encontro, sendo inicialmente refletida na palestra da mãe formadora, Dulceleide Novais, que falou sobre "O Caminho de Santidade - Reconciliação e Oração".

Para tanto, Dulce (como é mais conhecida) promoveu uma simples e tocante dinâmica, que consistia na utilização de folhas de papel.

Ao serem balançadas pelos participantes, elas fizeram um barulho que não mais foi percebido quando o movimento se repetiu após as folhas terem sido amassadas.

As mães receberam lembranças

A palestrante utilizou a metáfora para falar de como as dores da vida tiram nosso ânimo, simbolizado, ali, pelo barulho das folhas.

Para resgatar a alegria de viver, Dulce mostrou que o caminho de santidade está sempre aberto e pode ser percorrido por todos, tendo como porta de entrada a reconciliação com Deus, consigo, com o outro e com a criação.

E a oração é indispensável para que essa reconciliação aconteça, a partir da restauração resultante do contato íntimo e diário com Deus.

"Restaurar é restituir a beleza natural de algo. Isso acontece quando, estragados pelo pecado, somos restaurados pela misericórdia de Deus. Por isso mesmo, famílias reconciliadas são famílias restauradas", pontuou Dulce

Luciene falou sobre reconciliação


Além da oração, pessoal e comunitária, ela lembrou da exortação realizada pelo Papa João Paulo II sobre a reconciliação, na qual também aponta a escuta da palavra e a vivência dos sacramentos como indispensáveis na busca da santidade.

"Desse modo, para sermos reconciliadores, temos que ser reconciliados. Para isso, contamos com a ação do Espírito Santo, que é também espírito de reconciliação", lembrou.

Durante sua fala, Dulce apresentou a literatura adotada para pregação, que também pode ser utilizada para estudo diário.

A palestra foi elogiada pelo Padre Stanislaw Wilczek, diretor espiritual do grupo Mães que Oram pelos Filhos na paróquia de Ondina, que salientou a oportunidade do aprofundamento trazida pelo evento.

Mães e pais participaram de dinâmicas


Após um rápido intervalo, foi a vez de Darcy Sampaio compartilhar seus conhecimentos de mãe formadora e de facilitadora das Oficinas de Oração e Vida.

Ela continuou o raciocínio da palestra anterior, acrescentando ao caminho de santidade, a Eucaristia, a penitência e a missão.

Para a palestrante, a Eucaristia é a oração mais perfeita que existe, já que nos apresenta o próprio Cristo permitindo um contato íntimo, direto e real com Ele.

O Dia do Amigo foi lembrado com muito carinho


Diante dessa magnitude, a maior penitência que podemos fazer, além de abrir mão do pecado, é assumirmos o compromisso de não mais pecar e nem sairmos da presença de Deus, porque Ele nunca se afasta de nós, como ressaltou a pregadora.

"Reconciliar-se com Deus é apartar-se do pecado, por isso, fazer penitência e arrepender-se é regressar para o Pai. O apóstolo Paulo lembra-nos de que o mistério da piedade vence o pecado. Nesse sentido, o mistério da piedade é o caminho aberto pela misericórdia divina, a vida reconciliada. O sacramento da confissão ou reconciliação não é um ato de arrependimento, mas sim um ato de confiança na misericórdia de Deus. Aprendemos que ninguém se reconcilia sozinho, pois a reconciliação é para com Deus, consigo e com o outro", refletiu.

Por isso é preciso que cada mãe se coloque diante de Deus permitindo que Ele restaure a sua vida, para que ela possa ser a intercessora que deseja, não só da vida dos seus filhos, mas de toda a família.

"A cura pessoal para a mãe é importante. Diante do Santíssimo, busque pedir a cura de traumas e mágoas, reconciliando-se consigo e com o outro. A confissão é outra forma de buscar a cura, pois nos restaura e nos torna inteiras", ressaltou Darcy.

Após o almoço coletivo, realizado no salão onde aconteceu o evento, as atividades foram retomadas com um talk show e a partilha de Luciene Costa dos Santos, convidada e mãe formadora do grupo da Paróquia Divino Espírito Santo, no Vale dos Lagos, que representou Conceição Paranaguá, coordenadora diocesana do movimento.

Luciene refletiu mais um pouco sobre a reconciliação, lembrando que a mãe não pode perder de vista a sua humanidade, já que precisa perceber-se como uma pessoa falha e merecedora de autoperdão.

"As mães devem trabalhar suas culpas. Para cuidar do outro é necessário que cuidem de si mesmas", reforçou.

Na visão de Luciene, esse autocuidado é fundamental para colaborarmos com o Senhor no "conserto" de tudo que se encontra quebrado dentro de cada um de nós.

Para ilustrar sua fala, ela utilizou uma estatueta de barro com avaria, mostrando que as reparações podem restituir à peça danificada o mesmo caráter inicial, muitas vezes melhorando as suas características originais. Com essa dinâmica, ela quis mostrar como Deus age diante do pecado que machuca, restaurando o que foi quebrado para que uma nova pessoa possa existir no lugar da antiga.

"Deus nos torna melhores do que antes", salientou.

Encerradas as palestras, o grupo foi dividido em equipes de cinco e seis pessoas, para responder a diferença entre perdão e reconciliação.

Após uns minutos de atividade, cada um deles expôs o resultado das suas reflexões, utilizando cartazes e canetas coloridas.

Depois que todos falaram, foi aberto um momento de partilha livre, onde algumas pessoas compartilharam experiências referentes ao que tinham aprendido durante o encontro.



Ao orar e interceder pela saúde de uma mãe presente no encontro e receber uma bela sacola de tecido como lembrança, o grupo desceu para a igreja, onde foi celebrada a Santa Missa, presidida pelo Padre Stanislaw.

Na homilia, o padre parabenizou as mães, reconhecendo o quanto é exigente desempenhar esse papel, especialmente diante da possibilidade de vir a sofrer aquela que é considerada a maior de todas as dores: a da perda de um filho.

Padre Stanislaw utilizou, ainda, um exemplo para mostrar a capacidade que muitas mães têm de renunciar à própria vida em prol da vida dos seus filhos.



No momento da Comunhão, ele convidou as mães e os pais para subirem ao altar e participarem do momento mais sublime da celebração, quando todos oraram e pediram ao Senhor pelos seus filhos.

Ainda no altar, as pessoas receberam as duas espécies sagradas, Corpo e Sangue de Cristo.

As Mães que Oram Pelos Filhos se reúnem toda quarta-feira, na Igreja Matriz, às 16h.


Silvana Lima (Pascom)

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