Quem é essa mulher?

PASCOM
28 de jun. de 2023
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Foi o que Dom Marco Eugênio, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador, buscou explicar ontem (27), na Missa da Festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, realizada na Igreja Matriz da Paróquia de Ondina.

Além de Dom Marco Eugênio, que presidiu a celebração, estavam no altar, ricamente decorado com flores brancas e amarelas, o pároco, padre Cristóvão Przychoki, e o diácono Paulo Gabriel.

A celebração foi aberta com a oração da Ave Maria, seguida da tradição saudação à Mãe do Belo Amor, aquela que sempre socorre os seus filhos, sem nunca desampará-los.

Na assembleia, paroquianos e representantes de todas as comunidades da Paróquia receberam as saudações de abertura de padre Cristóvão, que pediu por todos os devotos, especialmente os que se encontram doentes.

A tradicional saudação à Nossa Senhora também teve lugar, antes dos ritos iniciais da missa, culminando em uma homilia de profunda reflexão a respeito da mulher chamada Maria.

Para compreendê-la, Dom Marco destacou três pontos da sua meditação. No primeiro deles, o Bispo falou de Maria como um sinal de Deus, apresentada na segunda leitura (Ap 12,1-60.10) como "a mulher revestida de sol, calçada da lua e coroada de 12 estrelas", explicando que, por meio desse sinal que é Maria, o Senhor nos convida a entender e aceitar a sua mensagem, como acontece com um sinal de trânsito, que nos diz o que fazer por meio das cores que utiliza.

Tomando este didático exemplo, o bispo salientou, ainda, que, assim como o sinal de trânsito não vale pelo que mostra, e sim pelo que representa, "Nossa Senhora vai valer por Aquele que ela sinaliza, por Aquele que ela quer mostrar, por Aquele que ela nos traz", destacando que Maria é o sinal que Deus quis nos dar para nos reportamos a Ele.

"Nela, dirá São Tomaz, Deus esgotou toda Sua sabedoria, toda Sua potência e toda Sua graça e concentrou nela todo o mistério da redenção antecipada", salientou o bispo, a respeito da Mãe do Perpétuo Socorro.

O segundo ponto da reflexão diz respeito à dignidade de Nossa Senhora, decorrente do nobre e exclusivo papel de mãe do Senhor. "Diante do mistério de Jesus Cristo, que é Deus feito homem, só Deus Pai, no seio da Trindade, e entre nós, humanos, só São José e Nossa Senhora podem olhar pra Ele e chamá-lo de 'meu Filho' e mais ninguém", justificou Dom Marco.

Por fim, o bispo destacou a forma como Jesus se dirigiu à Maria quando estava morrendo na cruz: "Mulher, eis aí o teu filho", referindo-se a todo aquele que O segue, para quem também deixou um mandamento: "aí está sua mãe", mostrando que a mesma deve ser acolhida na vida do discípulo como parte essencial desta última.

Na oportunidade, Dom Marco explicou que o termo "mulher", usado por Jesus para se referir à mãe em outras passagens bíblicas, ganha, assim, sentido pleno, ao confirmar o que traz o texto mais antigo sobre Nossa Senhora (capítulo 4 da carta aos Gálatas), onde lemos que "chegada a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho ao mundo nascido da mulher, para que aqueles que são filhos de mulher, por esse nascimento, recebam o Espírito Santo e se tornem filhos de Deus", esclareceu o bispo.

Ele ponderou, ainda, que "quando Nosso Senhor está chamando Nossa Senhora [...] de mulher, Ele está querendo apresentar a todo mundo a realização da grande promessa de Deus" de colocar inimizade entre a descendência de Satanás e a da mulher, que é Nossa Senhora. "Se eu quero ser incorporado a Ele, como descendência santa, que vence Satanás, eis o caminho que Ele me impõe: faça-se filho da mulher”, frisou Dom Marco.

A lembrança foi distribuída pelas coordenadoras Tereza, Rosa (foto, da esquerda para a direita) e Agda, que também organizaram uma pequena confraternização, no Salão de Festas, após a celebração.

Após a homilia, foram realizados os habituais pedidos e súplicas acompanhados por agradecimentos à Nossa Senhora. Muitos desses pedidos foram escritos para serem queimados, hoje (28), na Novena Perpétua das 18h.

Os pedidos foram recolhidos para serem queimados durante a Novena Perpétua, na Igreja Matriz

Para Rui Murilo Brito, da Pastoral do Acolhimento, a felicidade foi grande em participar da festa. “Ela é mãe de todos nós. Receber a benção dessa mulher maravilhosa é algo de extraordinário! A missa foi maravilhosa. A homilia foi perfeita. Adoro participar das celebrações dessa igreja”, comemorou Murilo.

No final da celebração, padre Cristóvão agradeceu a todos que colaboraram com a festa, em especial às coordenadoras Rosa Serrano, Agda Costa e Tereza Calmon, que distribuíram uma singela lembrança aos participantes da missa em sinal de gratidão.

Para Rosa, há dois anos servindo, a vida mudou completamente com essa experiência. “Nossa Senhora chegou a mim de uma forma singular. Fui aprendendo e minha fé foi aumentando. Foi a melhor coisa que podia ter acontecido”, disse ela.

Agda achou a festa maravilhosa e cheia de amor. “Todas as pessoas que participaram vieram com vontade de homenagear, agradecer e pedir. Foi uma alegria ver a igreja cheia, não esperava. Estou com o coração radiante e grata a ela, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, porque deu tudo certo”, explicou.

Para Tereza a celebração, além de linda, foi perfeita. “A homilia trouxe uma reflexão sobre a mulher Nossa Senhora, que me tocou muito. Senti as palavras caindo no meu coração. Foi lindo, adorei”, comemorou.

As palavras de Dom Marco Eugênio expressa o sentido da grande festa, que também contou com celebração em todas as comunidades da Paróquia: "Vós, ó Virgem Mãe, revestiste o Verbo de Deus com a vossa humanidade, e Ele vos reveste, hoje, de glória e majestade".