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Padre Casimiro fala da sua trajetória e da nova missão como pároco

  • PASCOM
  • 22 de ago. de 2023
  • 4 min de leitura

Padre Casimiro Malolepszy tomou posse como novo pároco da Paróquia da Ressurreição do Senhor, no último sábado (19).

Após um rápida passagem por Ondina, agora ele retorna para assumir a gestão da Paróquia e dar continuidade à missão redentorista, como pede a Congregação do Santíssimo Redentor. Vamos conhecê-lo um pouco mais? Confira a entrevista que o pároco concedeu ao blog "O Ressuscitado".



Ressuscitado (OR) - Onde o senhor nasceu?

Padre Casimiro (PC) - Sou polonês, nasci em Elblag, uma cidade do norte da Polônia, como primeiro de três irmãos. Tenho um irmão e uma irmã.


OR - Quando começou a sua caminhada religiosa? O que o motivou?

PC - Sou de uma família religiosa, de presença na Igreja. Os domingos e dias de solenidades e de festas eram muito importantes para nós. A minha mãe até hoje cultiva um carinho muito especial pela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Conforme o costume da época, frequentei a catequese durante 12 anos, era coroinha, leitor e um jovem voluntário no que se fazia necessário. Cresci neste clima. Não reconheço nenhum momento pontual que me motivasse para optar pela vida religiosa. Creio que, por meio da família e as circunstancias que descrevi, Deus trabalhou a minha vocação.


OR - Como se deu a escolha da Congregação Redentorista?

PC - Quando precisava começar a pensar mais sério sobre o futuro, fazer as opções, a ideia de ser padre voltava com muita frequência. Cresci na paróquia atendida pelos redentoristas e conheci vários missionários que trabalhavam na Argentina e na Bolívia. Nas férias eles voltavam, falavam com entusiasmo sobre o trabalho, mostravam as fotos, vídeos, slides... Motivado por tudo isso, eu também queria ser “um padre, mas fora da Polônia”. Queria ser o missionário.
Padre Casimiro presidiu a sua primeira missa, como sacerdote, no Santuário de São Lázaro e São Roque

OR - Quais o(s) período(s) ou momento(s) mais marcante(s) desta trajetória? O senhor destaca algum?

PC - A entrada no seminário foi marcante porque precisava me deslocar para outra extremidade do país. Outro momento importante foi tudo o que aconteceu em torno da decisão de sair da Polônia, ainda como seminarista, para dar continuidade aos estudos no Brasil, em Salvador. Depois disso, posso destacar mais três. Como primeiro, destaco dois mandatos como Superior da Vice-Província Redentorista da Bahia. Os anos 1996-2001 tornaram-se para mim uma lição de vida, foi um período de significativo amadurecimento. Na sequência, veio o meu trabalho em Bom Jesus da Lapa: primeiro (2002-2007) como reitor e depois (2008-2014) como administrador do Santuário do Senhor Bom Jesus da Lapa. Lidar constantemente com as manifestações de fé, de esperança do povo humilde, muitas vezes explorado, vítimas das mazelas, descrente nas estruturas políticas, entregando totalmente a sua sorte, sua vida ao Bom Jesus, não tem preço. Mexe com a fé e a vocação da gente. E por fim, a experiência que fiz na África, em Moçambique. Encontrei uma Igreja jovem, o povo que está se levantando após um longo período da escravidão colonial e, em sequência, após 16 anos de guerra civil. Lá recebi uma significativa dose de entusiasmo.


OR - Como o senhor avalia a primeira passagem na Paróquia?

PC - Primeira passagem? Foi um período muito curto e foi atípico. Deu-se entre outubro 1988 e fevereiro 1990. Tive dois bons mestres de “arte pastoral”: padre Lucas Kocik e padre Ceslau Stanula, a quem tive que substituir na coordenação pastoral após a sua nomeação episcopal. Chamaram atenção duas realidades: o sincretismo religioso da Igreja de São Lázaro e os desafios de uma paróquia tipicamente urbana...


OR - Fale-nos um pouco sobre o trabalho que realizou no exterior, nesse último ano.

PC - Foi um tempo muito rico e, me parece, muito bem aproveitado. Pedi ao nosso Conselho permissão para o afastamento dos trabalhos no Brasil em função da necessidade de renovação espiritual e missionária. Depois de cinco anos, visitei a minha família e, principalmente com a mãe, passei um certo período. Participei e orientei alguns retiros em várias paróquias na Polônia. Participei do Curso de Espiritualidade Redentorista na Itália, em Roma e na região de Nápoles, lugar de nascimento da nossa Congregação Redentorista. No início deste ano fui a Moçambique, onde passei três meses. Foi planejado o período maior, mas devido aos trâmites ligados ao visto, precisava reduzir a minha permanência. Ajudei no atendimento das comunidades na periferia da capital, Maputo, celebrando e orientando os encontros de formação para as lideranças e para as comunidades em geral. Mas o mais importante foi a assessoria para o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Namaacha. Fui pra lá a pedido do arcebispo de Maputo para ajudar a analisar e apresentar as estratégias para o trabalho pastoral no Santuário com a finalidade de revigoramento e requalificação após o tenebroso período da guerra civil. Trago no coração o entusiasmo dos fiéis e a imagem de uma igreja jovem e vibrante. E, finalmente, o mês de junho passei nos Estados Unidos. Estive na paróquia dos redentoristas, substituindo o padre Eugenio, principalmente no trabalho com as comunidades de língua portuguesa (brasileiros e portugueses). Foi lá que o padre Roque me comunicou a proposta do Conselho para ser pároco na Paróquia da Ressurreição.

OR - Qual a expectativa em relação a essa nova missão como pároco?

PC - Não alimento as grandes expectativas. Falo mais em sonhos. Talvez seja menos comprometedor... Em primeiro lugar, gostaria de corresponder, como líder da Paróquia e da Comunidade Redentorista, às necessidades da Igreja e da Congregação Redentorista. Dando apoio a todas as justas iniciativas que na Paróquia já existem, gostaria que realmente fôssemos uma comunidade paroquial missionária, com uma atenção muito especial dada aos necessitados. Que fôssemos uma boa referência para os que querem vivenciar a sua fé com alegria e entusiasmo e para os que estão perdidos ou perturbados nas questões de fé. Temos, na Paróquia, dois Santuários. Gostaria que pudéssemos entender bem qual é o valor de um Santuário, qual a importância de tudo o que representa uma peregrinação. Basta. Acho que coloquei muita coisa...


OR - Que mensagem gostaria de deixar para os paroquianos nesse momento de transição?

PC - A mesma que nos transmite o Ressuscitado. Coragem! Paz! Entusiasmo! Vida nova! Que nos inspire a atitude dos discípulos de Emaús. Quando experimentaram a presença de Cristo, a alegria e a necessidade de partilhar esta notícia foi tão grande que não importavam mais nem a insegurança da noite, nem o cansaço da viagem, nem a refeição deixada na metade... Só tinham um pensamento: voltar ao lugar do qual saíram desanimados e levar a abençoada notícia: Ele está vivo! E que esteja sempre vivo em todos nós.

Silvana Lima (PASCOM)

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