Sinodalidade: a escuta do Povo de Deus.
- PASCOM
- 4 de jun. de 2023
- 3 min de leitura
Há um ano atrás, toda a nossa Paróquia participou de um momento muito significativo na vida da Igreja: a escuta sinodal. Aquele momento tão rico, sobretudo pela qualidade da participação de pessoas de todas as comunidades e de todas as forças vivas da Paróquia, é parte de um belo processo que continua florescendo em todo o mundo católico. Em outubro de 2023, haverá a primeira das duas Assembleias dos Bispos sobre Sinodalidade (a segunda será em 2024). No dia 31 de maio, os Santuários Marianos de todo o mundo vivenciaram um momento de oração, invocando a bênção de Maria Santíssima, Patrona do Sínodo, para esta próxima assembleia. Também em nossa paróquia nós nos unimos a essa oração.

Vale a pena recordar uma parte da síntese que fizemos a partir da escuta sinodal de 2022, trazendo as nossas vozes, enquanto paroquianos, diante de uma das perguntas feitas: “O que pediríamos ao Papa Francisco para a igreja se ele estivesse aqui sentado conosco?” As respostas foram muito bonitas: “Mais bispos, cardeais e padres iguais a ele; mais paciência com essa Igreja em saída; que mais cristãos se identifiquem com a missão, para mudar e salvar o mundo desse emaranhado de mentiras; rezar pela igualdade social dentro da Igreja, para que possamos realmente dizer “somos todos iguais”, para podermos caminhar juntos; mais vocações como a dele, também entre os leigos, como um meio de fortalecimento da Igreja; encorajar as vocações leigas; que ele nos ensine a sermos mais misericordiosos e não julgarmos os outros”.
No dia 28 de maio, o Papa reflete sobre a ação do Espírito Santo na Igreja, a partir de Pentecostes, quando desce sobre Maria e sobre cada um dos Apóstolos. Nada melhor para concluir esta breve nota do que reproduzir parte de uma matéria publicada no site do Vaticano, com as palavras do Santo Padre:
“Num contexto plural de “graças particulares e carismas diversos”, em vez da confusão, o Espírito cria harmonia, “sem homogeneizar nem uniformizar”. Como disse São Paulo, «há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo» (1 Cor 12, 4.13). E o Sínodo em curso, destaca o Papa, “é – e deve ser – um caminho segundo o Espírito: não um parlamento para reclamar direitos e exigências à maneira das agendas de trabalho no mundo, nem ocasião de se deixar levar ao sabor de qualquer vento. Mas o Sínodo é uma oportunidade para ser dóceis ao sopro do Espírito”. O “coração da sinodalidade” é o próprio Espírito Santo, afirma Francisco, ao reforçar:
“Sem Ele, a Igreja fica inerte; a fé não passa duma doutrina, a moral dum dever, a pastoral dum trabalho. Com Ele, pelo contrário, a fé é vida, o amor do Senhor conquista-nos e a esperança renasce. Coloquemos de novo o Espírito Santo no centro da Igreja; caso contrário, o nosso coração não arderá de amor por Jesus, mas por nós mesmos. Ponhamos o Espírito no início e no coração dos trabalhos sinodais.
.
“E hoje, na sua festa, questionemo-nos: Sou dócil à harmonia do Espírito? Ou corro atrás dos meus projetos, das minhas ideias sem me deixar moldar, sem me fazer mudar por Ele? O meu modo de viver a fé é dócil ao Espírito ou é teimoso? Teimoso com as letras, teimoso com as chamadas doutrinas que são apenas expressões frias de uma vida? Sou precipitado em julgar, acuso e bato a porta na cara aos outros, considerando-me vítima de tudo e de todos? Ou acolho a harmoniosa força criadora do Espírito, acolho a «graça de estar juntos» que Ele inspira, o seu perdão que dá paz? E, por minha vez, perdoo? O perdão é dar espaço para que venha o Espírito... Promovo a reconciliação e crio comunhão ou sempre estou procurando, metendo o nariz onde existem as dificuldades, para fofocar, para dividir, para destruir? Perdoo, promovo reconciliação, crio comunhão? Se o mundo está dividido, se a Igreja se polariza, se o coração se fragmenta, não percamos tempo a criticar os outros e a zangar-nos com nós mesmos, mas invoquemos o Espírito: Ele é capaz de resolver essas coisas” (https://www.vaticannews.com/, 28/5/23).
Comments