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"Somos todos chamados"

  • PASCOM
  • 30 de out. de 2024
  • 3 min de leitura

Para encerrar o Mês Missionário de maneira especial, o blog "O Ressuscitado" entrevistou duas pessoas que já serviram em vários países.

Uma delas é a irmã Anajar Fernandes da Silva, religiosa da Sociedade das Filhas do Coração de Maria, da Paróquia da Ressurreição do Senhor. Ao falar em missão, a irmã lembra do convite feito pela Igreja a todos os batizados para servirem ao próximo de acordo com sua vocação.



Apesar de ter conhecido diferentes locais e realidades, ela acredita que não é imprescindível ir para outras cidades e nem mesmo outros países para que a missão aconteça. Na visão da religiosa, cada pessoa pode ser missionária onde Deus a "plantou".

Missão no Amazonas, área ribeirinha

Passando por diferentes nações, a última experiência aconteceu no Haiti, para onde foi chamada para uma missão de três anos, que não se completou como a religiosa desejava.

Ao sair de férias e regressar ao Brasil, ela não pôde retornar ao Haiti, devido a real situação do país. Sob o domínio de gangues que fragilizam o regime político, social, econômico e até mesmo o religioso, o país está vivendo uma crise profunda, que dificulta o recebimento de ajuda humanitária.

Comunidade religiosa no Haiti com dois seminaristas jesuítas


"É totalmente fora do nosso pensamento, da nossa idealização, porque lá é uma missão muito difícil por conta da realidade, onde as gangs atuam e dominam em todo o país. As gangues sequestram, trucidam e roubam as pessoas", explica a irmã.

Partilha em família durante a Jornada dos Pobres


Diante desse cenário, o deslocamento fica impraticável, inclusive para o transporte de alimentos e de outras mercadorias, de modo que as pessoas, nesses últimos tempos, estão sendo cada vez mais penalizadas.

"Ficou muito mais difícil e notório o índice cada vez maior de pessoas que morrem de fome. Sem falar das crianças, doenças, famílias desfeitas... É muito triste", lamentou a irmã.

Benção e entrega em uma fonte, em uma comunidade


Por enxergar a grande problemática enfrentada em outros países, ela agradece a Deus a oportunidade que a paróquia oferece de mostrar que a missão é de todos nós, haja vista que o convite do Papa Francisco para meditarmos o tema "Ide e convidai a todos para participar do banquete".

"Então a missão é de todo batizado, a uns foi chamado para ir além das fronteiras, mas como batizados todos nós somos responsáveis a atuar na missão onde Deus nos coloca, a missão na família, a missão no trabalho, a missão na rua, a missão na educação, na escola, nas faculdades, na universidade... Então, nós somos chamados a testemunhar aquilo em que nós acreditamos", disse ela.

Ação concreta durante a novena de Natal: cuidados higiênicos na família


Na concepção da irmã, hoje, cada vez mais, nós precisamos dar esse testemunho fiel, porque existe uma quase diluição da fé, que resulta numa distância em relação a Deus.

"Aquele que descobre que têm consciência da sua missão, tem que ser cada vez mais forte e firme", ponderou a religiosa.

Exercício profissional no centro de saúde com as colegas de trabalho


Quanto aos que não podem se deslocar, ela deixa uma orientação.

"A gente não vai lá, então a gente pode, de onde nós estamos, rezar e também participar, colaborar afetivamente e efetivamente com aquilo que nós podemos dividir, onde Deus nos colocou. O que Deus nos deu, nós podemos partilhar com quem precisa", concluiu.

Irmã Anajar aguarda, esperançosa, o retorno ao Haiti para continuar o serviço que Deus lhe confiou.


Silvana Lima Pascom, com a colaboração de padre Stanislaw Wilczek (CSsR) e Irmã Anajar Fernandes da Silva

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