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"Um ouvindo o outro; e todos ouvindo o Espírito Santo”

  • PASCOM
  • 15 de out. de 2024
  • 4 min de leitura

Essa foi a expressão usada pelo Papa Francisco para explicar a dimensão sinodal da Igreja, no quinquagésimo aniversário da instituição do Sínodo, celebrado em 2015.

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A palavra sínodo, oriunda dos termos gregos syn (que significa “juntos”) e hodos (que significa “caminho”), traz a ideia de caminhar juntos, o que faz do Sínodo dos Bispos, criado em 1965, por iniciativa do Papa Paulo VI, uma grande oportunidade da Igreja promover o diálogo que a ajudará a atravessar a história olhando para a realidade de cada tempo.

A Santa Sé define o Sínodo, em termos gerais, como uma assembleia de bispos que representa o episcopado católico.

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Papa Paulo VI


Como uma instituição permanente da Igreja, o Sínodo foi criado em resposta aos desejos dos padres do Concílio Vaticano II, com a "intenção de manter vivo o espírito de colegialidade nascido na experiência conciliar", como define a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O encontro consiste em uma assembleia na qual alguns bispos, reunidos com o Papa, têm a oportunidade de trocarem informações e compartilhar experiências, com a tarefa de ajudar o Pontífice no seu governo.

Sendo assim, o objetivo comum destas reuniões é buscar soluções pastorais que tenham aplicação universal.

Em 2018, a constituição apostólica Episcopalis communio aperfeiçoou essa instituição, transformando-a de um evento pontual, onde os bispos tratam de uma questão, em um processo muito mais amplo, no qual toda a Igreja é convidada a participar.

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Todos unidos com o Papa, refletindo sobre os caminhos da Igreja


Isso inclui o povo de Deus, que contribui opinando sobre questões relevantes, como está acontecendo com o Sínodo 2021-2024, que recebeu como título: Por uma Igreja Sinodal. Comunhão, participação, missão.

Os estímulos do Documento preparatório e do Documento de trabalho para a etapa continental, elaborados pela Secretaria Geral do Sínodo, com base nos elementos colhidos na escuta do povo de Deus, nortearam a discussão em nível mundial.

A inspiração no Concílio também merece destaque, particularmente no que diz respeito ao decreto Ad gentes, que afirma no n. 22: “É, portanto, desejável, para não dizer sumamente conveniente, que as conferências episcopais se reúnam dentro de cada vasto território sociocultural, a fim de poderem realizar esse plano de adaptação em plena harmonia entre si e na uniformidade das decisões”.

A partir dessa importante diretriz, o Sínodo vem construindo uma unidade na diversidade, como uma estrada por onde o Povo de Deus possa caminhar unido, evangelizando e sendo evangelizado nas diferentes culturas e épocas.


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A XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos

Este ano, o Sínodo entrou na sua etapa conclusiva e a segunda e última sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade teve início no último dia 2 de outubro, em Roma.

O Papa Francisco escreveu um discurso para a segunda sessão da assembleia, onde destaca a expectativa em torno desse último encontro:

"Guiada pelo Espírito Santo, que 'dobra o que é rígido, aquece o que é frio e endireita o que está desviado', esta Assembleia deverá oferecer o seu contributo para a construção duma Igreja sinodal em missão, que saiba sair de si mesma e habitar as periferias geográficas e existenciais, tendo o cuidado de estabelecer vínculos com todos, em Cristo nosso Irmão e Senhor".
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Os trabalhos da assembleia, em particular, serão orientados pelo texto-base do Instrumentum Laboris (IL) publicado no início de julho. Composto de cinco partes, o documento está em continuidade com o processo iniciado em 2021 e apresenta propostas para uma Igreja cada vez mais "sinodal em missão", mais próxima do povo, menos burocrática e na qual todos os batizados participem de sua vida. Entre os pontos de reflexão estão a valorização da mulher e a necessidade de transparência e prestação de contas.


Dom Sergio também pediu orações antes de viajar para Roma


Para esse grande momento católico, o Papa Francisco e o Cardeal Arcebispo Primaz do Brasil, Dom Sergio da Rocha, pediram orações para que os dons da escuta e do discernimento se fizessem presentes, propiciando um avanço em conjunto no caminho da fé.

A programação da XVI Assembleia Geral incluiu um retiro com vigília penitencial antes da abertura oficial, e será concluída no próximo dia 27 com celebração de Missa.

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A segunda sessão da fase universal do Sínodo sobre a Sinodalidade conta com cinco representantes da CNBB: o arcebispo de Brasília (DF), Cardeal Paulo Cezar Costa; o arcebispo de Manaus (AM), Cardeal Leonardo Ulrich Steiner; o bispo de Petrópolis (RJ), Dom Joel Portella Amado; o bispo de Santo André (SP), Dom Pedro Carlos Cipollini; e o bispo de Camaçari (BA), Dom Dirceu de Oliveira Medeiros.

Além deles, estão presentes no evento o arcebispo de Porto Alegre (RS), Dom Jaime Spengler, na condição de presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), e Dom Sérgio da Rocha, também na condição de membro do Conselho Ordinário.

O Brasil será representado, ainda, pelos especialistas padre Adelson Araújo dos Santos, Agenor Brighenti e padre Miguel de Oliveira Martins Filho. Entre as testemunhas do processo sinodal estão Maria Cristina dos Anjos da Conceição e Sônia Gomes de Oliveira.


Fontes: CNBB, Vaticano News e Arquidiocese de Salvador


Silvana Lima (Pascom), com a colaboração de Ana Cecília Bastos (Grupo de Formação da Paróquia da Ressurreição do Senhor)


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