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Você sabia que essa história de fé teve início em um lixão?

  • PASCOM
  • 4 de dez.
  • 3 min de leitura

No dia internacionalmente dedicado à memória, vamos recordar os 36 anos de história da Capela da Comunidade Sagrado Coração de Jesus, celebrados no último dia 23 de novembro, na Santa Missa presidida pelo padre Stanislaw Wilczek.


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A Comunidade do Sagrado Coração de Jesus segue unida

Tudo começou em 1989, quando a Comunidade, pertencente à Paróquia da Ressurreição do Senhor, começou a escrever uma história marcada pela fé, pela união e pelo esforço coletivo de um povo que acreditou no que ainda nem existia. Entre essas pessoas estava Jaguaracira — mais conhecida como Kátia — uma das fundadoras da comunidade e guardiã viva das memórias que deram origem à capela.


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Comunidade agradece ao Sagrado Coração

Kátia conta que tudo começou de maneira simples, mas profundamente movida pelo desejo de evangelizar. Antes mesmo da existência de um espaço físico, uma irmã das Filhas do Coração de Maria, chamada Nair Simões, percorreu as casas da comunidade rezando o terço com as mães. Era um trabalho silencioso, feito de porta em porta, que plantou as primeiras sementes da fé naquele território.


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Kátia contou como tudo começou


Com o tempo, Irmã Nair sentiu a necessidade de reunir a comunidade em um só lugar. Como ainda não havia capela, ela pedia emprestados alguns bancos do antigo Colégio ISBA e os levava até um espaço público que existia ao longo do caminho que dava acesso à comunidade. Ali, ao ar livre, sentava quem quisesse, e o terço acontecia, fortalecendo os laços entre as pessoas e firmando, dia após dia, a identidade daquela nascente comunidade de fé.


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Padre Stanislaw presidiu a Missa em Ação de Graças


Nesse processo, outra figura marcante também teve papel essencial: Irmã Bernadete. Mesmo antes de se tornar religiosa, ela já era uma liderança natural entre os moradores e contribuiu intensamente para que a evangelização ganhasse força e continuidade.

Com o movimento crescendo, surgiu o desejo de construir uma capela. A escolha do local, porém, foi tão inesperada quanto simbólica: um terreno que servia como depósito de lixo, pertencente ao senhor Jutaí — conhecido pela comunidade como "Nego". Os moradores pediram a doação do espaço, mas o proprietário não aceitou. Foi então que os padres redentoristas buscaram negociar a compra do terreno, adquirindo-o para a construção da futura igreja.


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Jesus foi o centro de toda a celebração


A partir daí, uma nova etapa começou — e ela exigiu a força e a dedicação de todos. Homens, mulheres e crianças se uniram em mutirão para limpar o terreno. Dia após dia, retiravam lixo, entulho e o que mais fosse necessário, preparando o lugar onde a fé iria florescer. A primeira missa naquele espaço, celebrada por padre Lucas e padre Francisco, emocionou a comunidade e marcou oficialmente o nascimento da capela.

A construção aconteceu a muitas mãos. Alguns trabalhadores recebiam um valor simbólico pela ajuda; outros atuavam voluntariamente, como Kátia, seu marido e seus filhos. Não era apenas uma obra física — era a construção de um lar espiritual.


Paroquianos se reúnem regularmente na capela

Com a capela pronta, vieram momentos inesquecíveis para toda a comunidade. Kátia, especialmente, guarda no coração lembranças profundas: ali se casou, ali batizou seus filhos e, mais tarde, seus netos. Para ela, aquele espaço não é apenas um templo; é parte da própria vida, onde se entrelaçam fé, família e pertencimento.


Momentos marcantes foram relembrados na Santa Missa

O nome escolhido para a capela — Sagrado Coração de Jesus — também carrega essa marca afetiva. A escolha foi feita por Kátia junto com o padre Tadeu, e até hoje ela se emociona por ter contribuído com algo tão significativo.

Ao celebrar 36 anos de história com registros inesquecíveis, compartilhados sob a forma de fotos e testemunhos, a Comunidade Sagrado Coração de Jesus reconhece que sua trajetória é fruto da coragem, do amor e da perseverança de muitos. O que começou com visitas simples de uma irmã missionária, ganhou força em encontros ao ar livre e se transformou, com esforço coletivo, em um espaço sagrado que acolhe, guia e fortalece gerações.

É a prova viva de que a fé, quando compartilhada, constrói muito mais do que paredes — constrói uma família espiritual que atravessa o tempo.


Silvana Lima (Pascom), com a colaboração de padre Stanislaw Wilczek (missionário redentorista) e Jaguaracira / Kátia (Comunidade Sagrado Coração de Jesus)

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