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Hoje, todos os caminhos levam a Roma

  • PASCOM
  • há 22 horas
  • 4 min de leitura

O ditado popular que sugere a existência de rotas diferentes para um mesmo destino, hoje pode ser aplicado em sentido literal tendo em vista o evento que concentra a atenção do mundo: o Conclave.

Reunidos na Capela Sistina, 133 cardeais definirão o destino da Igreja Católica para os próximos anos, a partir desse histórico 7 de maio de 2025.

Apontado como o Conclave mais representativo de todos os tempos, já que reúne representantes de 70 países, o evento mantém a tradição do alto sigilo, pelo qual juraram os trabalhadores da tradicional eleição, em ato formal realizado ontem, no Vaticano.

Para garantir a segurança digital, inclusive, é proibido o uso de celulares e outros equipamentos que permitam a comunicação com o ambiente externo, condição reforçada pelos interceptadores de sinais colocados na área onde será realizada a votação.

O espaço foi cuidadosamente organizado para que os cardeais eleitores cumpram o rito que resultará no aguardado anúncio "Habemos Papam", proferido pelo protodiácono do Colégio dos Cardeais, cargo ocupado atualmente pelo francês de 73 anos, Dominique Mamberti, que também é prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica.

O processo pode ser rápido ou vagaroso, como aconteceu no passado, na cidade de Viterbo, onde os habilitados para a escolha de um novo Papa demoraram cerca de três anos para chegar até Gregório X.

Esse inusitado Conclave aconteceu em 1268, quando, trancados à chave no antigo palácio papal, os cardeais chegaram a um acordo numa condição que acabou dando origem ao nome da tradicional eleição.



Independentemente do tempo do Conclave, porém, o isolamento dos cardeais acontece em clima de oração, para que o Espírito Santo guie a todos que elegerão o novo pontífice.

Mediante regras pré-estabelecidas, que indicam, inclusive, a ordem de votação, agora o Conclave tem prazo para acabar.

Nesta quarta-feira, após a entrada dos cardeais na Capela Sistina no final da manhã, no horário local, os juramentos coletivos e individuais serão realizados antes da primeira votação, prevista para a tarde, quando a cor da fumaça, que deve ser conhecida por volta das 14h, no horário de Brasília, revelará se novas rodadas de votação serão realizadas ou não.

Caso a cor seja preta, o processo se estende para o dia seguinte, com previsões de conclusão às 5h30,7h,12h30 ou14h no horário brasileiro. Isso porque, as votações acontecem quatro vezes ao dia, sendo duas pela manhã e duas à tarde.

Se não houver uma escolha após três dias de Conclave, os cardeais fazem uma pausa de 24h para orar e discutir os rumos da eleição. Após sete rodadas sem definição, uma nova pausa pode ser solicitada.

Havendo, contudo, 34 votações sem um consenso, os dois mais votados seguem na disputa, apresentando-se como Santo Padre aquele que obtiver dois terços dos votos.

Após a emissão da fumaça branca, que confirma para o mundo que "Habemos Papam", o novo pontífice, eleito por maioria simples e já trajado com suas vestes papais, surge na sacada da Basílica de São Pedro para saudar os fiéis e anunciar o nome que usará durante o tempo que estiver à frente da Igreja.

Em 2013, Papa Francisco foi escolhido em apenas dois dias. Após a partida do Papa do Povo, como era conhecido, as principais lideranças católicas seguem analisando o legado deixado por ele, refletindo, nesse momento, sobre o perfil daquele que terá assuntos importantes para tratar dentro e fora de Roma, como foi visto na 12ª Congregação Geral, última realizada antes do Conclave.


A participação dos cardeais brasileiros


Sete cardeais brasileiros participarão do encontro como eleitores, seguindo as regras definidas na Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, documento no qual a unidade da Igreja é reforçada em sua importância e propósito.


"TODO O REBANHO DO SENHOR tem como Pastor o Bispo da Igreja de Roma, onde, por soberana disposição da Providência divina, o bem-aventurado Apóstolo Pedro, pelo martírio, prestou a Cristo o supremo testemunho do sangue. Assim, é bem compreensível que tenha sido sempre objecto de particular atenção a legítima sucessão apostólica nesta Sede, com a qual, por ser 'mais excelente por causa da sua origem, deve necessariamente estar de acordo toda a Igreja'", diz a introdução.

São estes os eleitores do Brasil, por ordem de criação como cardeais:


O Cardeal Odilo Pedro Scherer é arcebispo de São Paulo (SP), 75 anos. Cardeal eleitor e criado em 24 de novembro de 2007, por Bento XVI.


Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida (SP), 88 anos. Cardeal não eleitor, criado em 20 de novembro de 2010, por Bento XVI.

Cardeal João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília (DF) e ex-prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano, 77 anos. Cardeal eleitor, criado em 18 de fevereiro de 2012, por Bento XVI.

Cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), 74 anos. Cardeal eleitor, o primeiro bispo brasileiro criado cardeal pelo Papa Francisco, em 22 de fevereiro de 2014;

Cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador (BA), 65 anos. Cardeal eleitor criado pelo Papa Francisco, em 19 de novembro de 2016.

Cardeal Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília (DF). Cardeal eleitor criado pelo Papa Francisco em 27 de agosto de 2022.

Cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus (AM), eleitor, criado em 27 de agosto de 2022, pelo Papa Francisco. Secretário-geral da CNBB entre 2011-2019.

Cardeal Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB. Eleitor, criado em 7 de dezembro de 2024, pelo Papa Francisco.

Confira em mais detalhes o processo do Conclave em matéria de autoria da Arquidiocese de Salvador.


Fontes: CNBB; Vatican; Arquidiocese de Salvador; CNN; G1


Silvana Lima (Pascom)

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