O amor não é um cacto
- PASCOM
- 10 de jun. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de jun. de 2023
Já faz anos, diante do altar do Senhor fizemos nossos votos nupciais. Naquele dia, envolvidos pela emoção, dávamos um passo decisivo que transformaria as nossas vidas. Consagrávamos a Deus a flor do nosso amor: uma pequena e frágil flor, muito especial e rara, que poderia permanecer vistosa e cheirosa por toda uma vida, caso não esquecêssemos de adubá-la, aguá-la e livrá-la das pragas. Dada a fragilidade da flor, entendemos logo que tínhamos que aprender o ofício de jardinagem e que precisávamos da ajuda de um bom jardineiro para nos ensinar as lições básicas de como lidar com esta flor. Queríamos, ou precisávamos, do melhor jardineiro do mundo, pois uma flor preciosa e delicada assim, merecia o melhor dos nossos esforços.

Já bem antes daquele dia decisivo, nos falaram de um jardineiro fabuloso, cujas lições eram capazes de transformar jardins sem vida em um espetáculo de cor, cheiro e beleza. Suas lições eram simples: A boca fala daquilo que o coração está cheio, então enchamos o coração de amor. Amemos nosso cônjuge como a nós mesmos, portanto é preciso ter amor a nós mesmos. Não é o quanto ou o que nós damos que conta, mas o amor com que o fazemos, assim coloquemos amor em tudo que fizermos ao nosso cônjuge. O maior é aquele que serve; então aprendamos a servir dentro de casa. Se no relacionamento diário nosso cônjuge perder a calma e bater-nos na face direita, ofereçamos-lhe também a esquerda, pois só assim o ciclo da raiva poderá ser quebrado na família. Perdoar sempre, pois só Deus é perfeito e assim aceitar as limitações do outro é um gesto de coerência e caridade. Nunca esqueçamos de dialogar, para não ocorrer de começarmos uma obra e ela não poder ser acabada. Construamos nossa família sobre a rocha, que é Deus, para que nas intempéries ela possa permanecer de pé.
Desde então temos tentado pôr em prática as lições do Jardineiro e contamos com Ele nos momentos mais difíceis, quando as pragas ameaçam a frágil flor. Pragas que insistem em sufocar o amor, algumas que vêm de fora e outras de dentro, sendo as últimas as mais perigosas. A praga chamada egoísmo, a pior delas, que com seus espinhos enormes e pontiagudos tenta tomar conta de todo o jardim. A praga da preguiça e do comodismo que nos amarram e nos impedem de servir o outro com pequenos gestos diários de gentileza e originalidade. A praga venenosa, que se manifesta através do nosso falar ríspido e crítico, nunca elogioso, e que aos poucos vai minando a força da flor.
Com certeza um dos grandes segredos que o Jardineiro nos ensinou foi sobre o estar sempre vigilantes, não deixando que a rotina do dia-a-dia nos faça esquecer de cuidar da nossa pequena flor. É preciso estarmos cientes de que o joio cresce no silêncio da nossa rotina e só o trabalho paciente e apaixonado de todo o dia, de regar, adubar e arrancar as pragas que teimam em crescer é capaz de salvara flor.
Muitos casamentos fracassam, pois pensam que o amor é como um cacto do deserto que é capaz de sobreviver às mais adversas situações e que não necessita de cuidados. O amor, porém, não é um cacto, mas uma flor muito delicada e rara, que, quando bem cuidada, não existe outra mais cheirosa e vistosa e que seja capaz de produzir frutos tão doces para a vida do casal.
Caros Dizimistas:
Celebramos neste mês junho a festa do Sagrado Coração de Jesus,o dia dos namorados.
O Sagrado Coração de Jesus, ainda hoje, clama por “AMOR”. Nada mais significativo do que darmos amor Aquele que nos amou primeiro. Que aprendamos de Jesus a sempre dizer: ”EU TE AMO”, pois cada Eucaristia celebrada é essa declaração que Deus faz a cada um de nós e a sua Igreja.
O Amor de Deus esteja sempre com vocês.
Pe. Cristovão Przychocki Pároco da Paróquia Ressurreição do Senhor – Pastoral do Dízimo
Fonte: Texto retirado da Carta Mensal da ENS de junho/julho de 2009
Duque da Cristina- Juiz de Fora/MG
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