#tbt mostra como foram os dois dias de curso bíblico em Ondina

No último final de semana, 14 e 15 de setembro, cerca de 100 pessoas se reuniram na Igreja Matriz da Paróquia da Ressurreição do Senhor, em Ondina, para realizar o estudo do livro do profeta Ezequiel, escolhido pela Igreja para o mês da Bíblia de 2024.

O evento foi aberto na tarde de sábado com a presença do padre Casimiro Malolepszy, missionário redentorista e pároco da Ressureição do Senhor, de paroquianos de Ondina e de outras paróquias da Forania 2B, com a mediação de Cecília Franco, do Cebi (São Paulo) e palestras do professor da Universidade Católica do Salvador, Carlos André Leandro, especialista em Bíblia.

O estudioso utilizou diferentes circulos bíblicos, extraídos do livro "Fogo Debaixo das Cinzas", para aprofundar o conhecimento da Palavra de Deus.

Professor Carlos André abordou diferentes aspectos da Bíblia

Ressaltando a importância do contexto, ele mostrou a realidade geográfica e social da época em que viveu o profeta Ezequiel, explicando as influências que o momento histórico exerceu sobre todos.

Nesse sentido, o professor pontuou o cuidado que se deve ter ao se ler a Bíblia, buscando sempre analisar e refletir sobre o que cada mensagem quer dizer, não só à luz da fé, mas também da razão. "É preciso ter um olhar atento", disse ele.

Professor Carlos André também teceu considerações sobre o que ele chamou de "modo católico de se ler a Bíblia", sem o fundamentalismo que pode modificar o verdadeiro sentido dos textos bíblicos, que devem ser lidos com o amparo do Espírito Santo.

Esse discernimento faz com que a tradição, encontrada nos profetas e outras personagens bíblicas que buscaram se relacionar com Deus a partir do que viviam, nos ajude a entender que o uso de expressões e termos encontrados na Bíblia não podem ser interpretados ao pé da letra.

Para ilustrar essa verdade, ele usou uma citação que fala da diferença entre tradição e tradicionalismo de forma poética:

"A tradição é a fé viva das pessoas que já morreram e tradicionalismo é a fé morta de pessoas que estão vivas".

Assim, buscar a tradição e não o tradicionalismo permite que as Sagradas Escrituras sejam lidas com um olhar criterioso, utilizando o bom senso para discernir a mensagem por trás dos elementos simbólicos que cada autor bíblico utiliza ao falar da relação de Deus com Seu povo.

Cecília mediou o curso

Outro aspecto salientado pelo professor está na responsabilidade de cada cristão com a sua existência, sem querer atribuir a Deus o resultado das próprias escolhas. Para isso, ele tomou o que aconteceu com o povo da Babilônia, que se sentiu traído por Deus.

"O que Ezequiel está nos dizendo? Quando o profeta percebeu o que estava acontecendo, ele trouxe uma explicação para o povo: não foi Deus que enganou vocês, vocês que se afastaram dEle. O tempo todo Ele estava mostrando o que poderia acontecer se vocês não mudassem de vida", lembrou.

Foi dessa forma elucidativa que o professor conduziu cada círculo: lendo o livro de Ezequiel e refletindo com os participantes sobre as mensagens nele contida.

As pessoas contribuiram com suas vivências

O primeiro círculo, trabalhado no sábado, falou sobre as trevas do cativeiro onde o profeta Ezequiel viveu até o fim da sua vida, servindo de inspiração para discussão nos grupos de reflexão e para uma criativa encenação que abordou situações de escravidão observadas na sociedade atual.

No ambiente onde as atividades aconteceram, os responsáveis pela mística se encarregaram de colocar adereços que remetiam ao universo bíblico, utilizados em diferentes momentos dos dois dias de curso.

Jovens das comunidades também marcaram presença, proporcionando um momento de muita beleza ao entronizarem a Bíblia e participarem da encenação.

Da esquerda para direita: Maria da Conceição, Demira, Alzira e Patrícia

O público ficou impactado com o que viu. Fazendo parte dele estavam Patrícia Reis, Alzira Oliveira, Demira Guedes e Maria da Conceição, da Paróquia São João Batista. Elas comentaram sobre o primeiro dia de curso. "Eu achei muito enriquecedor", disse Patricia, que destacou o encerramento como responsável por fazer as pessoas refletirem. "Achei muito interessante a dinâmica no final", reforçou.

Padre Maciel participou das reflexões

Alzira concordou com Patrícia, ressaltando ainda a riqueza do coletivo. "O ponto alto foi o encerramento, quando nós trabalhamos em grupo. Cada um com sua opinião, mas chegamos todos na mesma coisa, com oportunidade de todos nós falarmos".

Demira ressaltou a importância do aprendizado e da caminhada.

"A gente precisa sempre estar se atualizando, melhorando, aumentando os conhecimentos. As explicações do contexto esclarecem bastante a compreensão do texto, para que a gente não fique tirando as sugestões da gente mesmo, mas sim uma compreensão total. Foi muito bom, foi válido", refletiu.

Maria Conceição estava com grande expectativa para o último dia, que trouxe orações, novas palestras, mais estudo em grupo, sorteios, distribuição de lembranças, partilhas relacionadas a vivências em círculos bíblicos e a explicação do padre Maciel Pinheiro sobre como implantar o curso bíblico nas paróquias, nas famílias e nas comunidades.

Os participantes também puderam tirar dúvidas com professor Carlos André, que reforçou as orientações fornecidas durante o curso, como a responsabilidade das lideranças nas comunidades em relação à forma como a Palavra será estudada.

A Missa de Envio, presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador, Dom Marco Eugênio, foi realizada no final da tarde de domingo, quando o bispo falou da aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária e da congruência que deve existir entre aquilo que se lê e aquilo que se pratica.

Os participantes do curso fizeram um grande círculo no Salão Nossa Senhora do Perpétuo Socorro para acompanharem a celebração.

A Santa Missa foi concelebrada pelo padre Maciel Pinheiro, que também acompanhou Matinez Pereira dos Santos, após a celebração, na condução da imagem de Nossa Senhora Aparecida, enquanto entoava, em estilo lírico, a Ave Maria.

Foi um emocionante e muito aplaudido no final.

O evento foi encerrado com a distribuição dos certificados.

Ana Cecília, do grupo coordenador, agradeceu a todos e distribuiu os certificados

Após o encerramento do curso, professor Carlos André deixou uma mensagem especial para os participantes, muitos dos quais manifestaram o desejo de voltar no próximo ano para o Círculo Bíblico de 2025.

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No vídeo, ele destaca o que de mais importante a Bíblia nos traz:

"Sabedoria de vida, é aquilo que a Bíblia quer nos oferecer", resumiu.

Vale lembrar que o tema escolhido para 2024 responde ao convite do Papa Francisco para realizarmos a preparação para o Jubileu de 2025. 

Silvana Lima com a colaboração de Carla Ramalho (Pascom) e Ana Cecília Bastos (Grupo Coordenador.